Falar de Jesus é falar de missões, sofrimento e perseguição. A profecia de sua morte acompanha inteiramente seu ministério na Terra (Mt 10.17-19; 16.21; 17.22-23; 26.2).
Os detalhes da narrativa da Paixão ocupam as maiores seções dos evangelhos. Paulo consistentemente apresentou Jesus como o mártir arquétipo e como exemplo para todos os cristãos. Desse modo, não é de se surpreender que os escritos da igreja primitiva a respeito do martírio consideravam Jesus como o protótipo do mártir.
Jesus é o verdadeiro objeto de toda perseguição. Por essa razão, Jesus pergunta a Saulo: “Saulo, Saulo, por que me persegue?” (At 9.4; 22.7; 26.14), e se identifica como “Jesus, a quem você persegue” (At 8; 9.5,22; 26.15).
A verdadeira razão para o sofrimento dos cristãos é Cristo, já que é o foco nele que justifica a oposição. Martinho Lutero disse certa vez: “Quanto mais claramente a Igreja reconhecer Cristo e testificar a respeito dele, mais certo se tornará o fato de que ela encontrará contradição, confrontação e ódio do anticristo”.
O próprio Jesus freqüentemente lembrava seus discípulos de que seriam perseguidos por sua crença enquanto pregassem o evangelho (Mt 10.22; 16.25; Lc 21.12).
Sem a ofensa da cruz, não haveria missões, mas também não haveria perseguição (Gl 5.11). Paulo acusou seus adversários de serem circuncidados apenas para escapar da perseguição (Gl 6.12,14). De fato, a palavra da cruz é loucura para os que não crêem (1Co 1.18), impedimento para os judeus, e tolice para os gentios (1Co 1.23). Entretanto, é também o centro da história da salvação (1Co 1.23, 2.2). Dessa forma, a mensagem da cruz é a glória do evangelho, assim como sua loucura (1Co 1.17-25; Gl 6.11-14).
O Espírito Santo, verdadeiro missionário, e a perseguição
Sem o Espírito Santo, todas as missões são fúteis e não servem para nada. Então, como missões e perseguição estão intimamente relacionadas, o Espírito Santo também possui um papel vital na experiência com a perseguição.
Ele é o “Consolador” (Jo 16.16,26) e dá aos cristãos a força para enfrentar a perseguição e a alegria para regozijar nas condições mais difíceis (1Pe 4.14). O espírito da glória, que repousou sobre o Messias (Is 11.2) traz sua glória a todos que aparentemente perderam-na, como Estevão, descrito por Lucas como aquele que “estava cheio do Espírito Santo” ([At 7.55) durante sua defesa e execução, e como aquele que viu a glória de Deus no céu.
Jesus prometeu sabedoria aos perseguidos quando estivessem diante de juízes e necessitassem testemunhar. O Espírito Santo, de fato, os instruiriam naquilo que tivessem de falar (Lc 21.12-15; Mt 10.19-20).
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